domingo, 25 de maio de 2008

Pescadores enfurecidos

A semana foi marcada pelo movimento dos Pescadores na França que se estendeu rapidamente pela Espanha e Portugal. É importante lembrar que na França existem duas categorias temidas pelo governo: os suinocultores e os pescadores. Só para ilustrar a dimensão e a força, em fevereiro de 1994 os pescadores incendiaram o Parlamento da Bretanha num movimento reivindicatório.

Mas a situação atual dos pescadores tem três motivos: aumento contínuo do preço dos combustíveis (representa 70% custo de produção), preços baixos do pescado e as cotas impostas pela União Européia para cada país membro. As cotas da França, Espanha e Portugal são baixas e seriam a razão principal pela queda dos preços pagos pelo pescado, pois os outros países do bloco estariam inundando esses três países com produtos oriundos de suas cotas, aumentado exageradamente a oferta.

Na verdade a situação do pescado na União Européia expõe um problema complexo que é a limitação de produção por país membro. Isso serve para todos os produtos agrícolas. Nessa condição entram em cena as ações políticas de cada país para atender problemas internos pontuais. Foi o caso da solução dada pela França ao problema dos pescadores: 140 milhões de euros (algo em torno de 400 milhões de reais) até o final de 2008. É claro que a França terá que defender essa ajuda (se quiserem subsídio) em Bruxelas. Mas esse embate é político.

O que sobra de tudo isso é que a população está, por uma ação muito forte da mídia, inclinada em pagar os subsídios naquilo que os europeus estão definindo como “função não alimentar” (ou social) da agricultura.

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