segunda-feira, 30 de junho de 2008

A globalização padroniza preços



O grande debate atual é o efeito da globalização sobre o custo dos alimentos no mundo. O problema colocado é que a mercado mundial optou por produtos chamados “commodities”, ou seja, sem fronteiras e com preços FOB definidos por poucos centros de decisão no mundo.

Se por um lado isso é bom para quem trabalha com mercados mundiais, por outro esse sistema expõe o paradoxo econômico mundial, onde o poder de compra das diferentes moedas está longe de ser harmônico.

Nessa situação de déficit, os países que não têm petróleo ou alternativas energéticas e têm déficit de alimentos, perdem duplamente. Primeiro por que o custo econômico desses países aumenta de acordo com o preço do petróleo. Segundo, por que os preços dos alimentos aumentam pressionados pelo petróleo. O momento é de um debate rico em análises e perspectivas.

O que tenho observado aqui, que a Europa tenta por um lado garantir energia fóssil do leste (sobretudo da Rússia) e do norte da África. Por outro lado, a Europa tenta encontrar mercado para o excedente da produção de alimentos no bloco, sobretudo de carnes. Nessa perspectiva, pelas relações Históricas da Europa com o resto do mundo é provável que ela aproveite bem a crise. Mas para a Europa (ou para os governos) é muito importante esse excedente, pois reduz o preço dos alimentos e atenua a pressão inflacionária (o grande problema atual).

Para finalizar, essas commodities começam a complicar a produção de carnes de animais confinados como os suínos e aves, espécies em que o Brasil ocupa um lugar de destaque no cenário mundial. Isso pode penalizar o Brasil pela redução de sua competitividade internacional e, sobretudo, pelo aumento dos preços das carnes de aves e de suínos para o consumidor nacional.

Boa semana.

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